Se olharmos para a historia vamos ver que os grandes conquistadores sempre chegaram guerrearam e usurparam a terra. Havia neles uma grande necessidade de provar que era fortes, e ainda hoje encontramos pessoas assim. Na grande maioria das vezes o que leva as pessoas a tentarem provar algo para as outras é a falta de identidade, de saber quem elas são de fato.
Falta neles a conquista de sua própria intimidade pessoal, a tranquilidade do seu próprio coração e a segurança gerada pela certeza de uma identidade sanada. E então saem por ai em busca de conquistar territórios geográficos, bens pessoais, fama, status e por ai vai, não param nunca.
Você já percebeu que os valentes, os poderosos e os famosos não podem andar a qualquer hora, em qualquer lugar. Não conseguem viver publicamente, pela ameaça de seus inimigos, mas também não podem desfrutar da privacidade, por conta da invasão de bajuladores.
Um grande amigo meu, chamado Carlos Queiroz, diz que: "Mais sábio do que aquele que conquista impérios e palácios é aquele que tem domínio de si mesmo, que sabe gerenciar e desfrutar bem todas as potencialidades humanas. Quem ama a vida e, como consequência herda espaço no coração de outros."
Mas onde entra a mansidão? Perdemos a mansidão quando instalamos em nossa vida o paradigma da vitoria a partir da derrota do outro. Pois os valentes vêem o mundo como uma arena, já os mansos vêem como um espaço abundante onde há lugar para todos.
Vamos olhar a figura de Jesus, ele podia chamar a si mesmo de "manso e humilde de coração", Ele sabia quem era. Era o reconhecimento de sua identidade que dava a Jesus a condição de ser manso. Ele fez milagres extraordinários, morreu de uma forma espetacular, mas se nada disso tivesse acontecido ele continua a ser Ele mesmo. Tudo que Ele fez não foi para promover-se para que os outros aprendessem Dele. Ele é o nosso modelo de mansidão e humildade.
Quem é manso, sabe que depende inteiramente de Deus, ao contrário dos valentes que acham que precisam agir na própria força para provar algo para as pessoas. O manso não, ele vive de tal forma a sua condição de ser que não sente necessidade de provar aos outros coisa alguma, nem de competir por aquilo que não são.
A ação de um discípulo de Cristo não depende em essência, da forma como os outros agem. Ele não se permite contaminar pelo mal que alguém pode lhe fazer mas quer preservar seu caráter e sua dignidade. Os mansos não precisam provar nem que são mansos.
E finalmente, a cruz foi para Jesus o ultimo sinal visível de sua mansidão. Assim também o discípulo também é desafiado a negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz. Mas só nega a si mesmo quem é manso, e só quem sabe o valor de simplesmente ser é realmente manso.