quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O batismo da sensibilidade


Bem aventurado os que choram porque serão consolados. Mateus 5.4

Os seres humanos foram dotados de sensibilidade. A frieza, indiferença, apatia entre outros sentimentos dessa natureza são manifestações daqueles que se permitiram ser atingidos pelo mal e tornaram-se infelizes e porque não dizer até desumanos. Humanos choram suas próprias dores, sentem na pele a dos outros, ficam indignados diante da injustiça. Os que choram são felizes por conseguirem preservar a sua natureza, sua vocação de ser gente. Podemos afirmar então que chorar é também uma condição espiritual, um modo de ser do discípulo de Jesus.

O choro ao qual Jesus se refere não é apenas o ato lacrimal, uma função biológica que todos possuímos ou uma descarga emocional. Essa sensibilidade a qual Ele se refere é uma virtude daqueles que se percebem bem pela felicidade de serem portadores da compaixão de Deus - choro que gera felicidade é a com-paixão pela vida.

Sem essa compaixão que geme e intercede, clamor que busca em Deus socorro para os fragilizados, o choro é apenas uma descarga emocional. Os discípulos choram e são felizes porque o choro vem como sinal da humanidade interior redimida. Eles reconhecem suas limitações, as confessam, se arrependem de seus pecados. E na confissão encontram a alegria de serem amados e acolhidos pelo perdão de Deus.

O discípulo não é feliz apenas pelo acolhimento do perdão mas também pela esperança de consolação proveniente de Deus.

E finalmente os que choram são felizes porque tem, pelo Espírito, a sensibilidade de se colocar no lugar do outro, especialmente dos fracos, aflitos e necessitados. São felizes pela capacidade de amar livremente.








terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pobres de Espírito - plenamente despojados






Na grande maioria das vezes pensamos que uma pessoa pobre de espírito é aquela que tem uma condição sócio econômica baixa, que não tem muito estudo e por isso não se encaixa em alguns padrões da sociedade.
Mas quando Jesus disse: "Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus" (Mt 5.3), Ele se referia á uma condição espiritual, como uma condição da alma dependente exclusivamente de Deus. Pobre de espírito é alguém que sabe que não nada de valor em si mesmo e tudo que é ou tem vem do Pai Celestial.
Hoje o mundo nos chama a sermos independentes, nem nossos filhos querem mais depender de nós. Cada vez mais a independência vem fazendo parte de nossas vidas, de nossas atitudes e de nossas escolhas, um exemplo disso é ver como é difícil para as pessoas pedirem ajuda de outros.
Pobre de espírito é uma virtude, e é a base para uma vida cristã saudável, por isso é a primeira das bem aventuranças. E nós como cristãos desejosos de seguir os passos de Jesus precisamos resgatar essa virtude em nossas vidas e ser um canal de Deus na vida de nossos discípulos essa virtude.
Fica aqui então o desafio de alguém que por muito tempo lutou para não ser pobre de espírito por não entender o que isso na verdade significava, mas que hoje deseja mais do que nunca ser alguém desprovida de tudo e que depende única e exclusivamente do meu Pai Celestial.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Totalidade de ser um discípulo


Hoje quero refletir sobre a totalidade de ser um discípulo de Jesus. E a primeira coisa que precisamos entender é que a morte de Jesus na cruz teve um significado muito mais amplo do que apenas nos garantir de que iremos morar no céu. A vitoria da cruz nos garante que somos livres do pecado, nos dá autoridade para vencermos o inimigo, nos deu uma identidade e tantos outros benefícios mas ela também nos deu uma responsabilidade. Toda a vida de Jesus foi permeada por uma "causa", todos os seus milagres, seus sermões e parábolas tinham o propósito de reconciliar o homem com Deus-Pai. E essa causa não acabou com a morte de Jesus, mas a sua ressurreição fez com que "Sua causa" fosse compartilhada conosco.

Então se essa "Causa" foi compartilhada conosco, isso significa que todos temos uma chamado para passar adiante essa mesma causa. Gostamos de orar, cantar e até mesmo compartilhar com nossos irmãos em Cristo que amamos o Senhor, que queremos seguir os passos Dele, o Amado de nossas almas. Mas como isso funciona na prática em nossa vida? Porque se ficarmos somente na teoria e não sermos praticantes da Palavra seremos apenas lata vazia fazendo barulho.

Por isso precisamos gravar em nossos corações em mentes que fomos resgatados do mundo, tirados do meio da multidão, livres de toda condenação, mas isso não aconteceu para que vivêssemos isolados em nossas "comunidades cristãs", mas sim para que voltássemos para a multidão afim de resgatar outras vidas do engano do pecado. Jesus vivia no meio das multidões, Ele só se afastava delas para renovar suas forças no Pai. Vidas eram a prioridade para Jesus e deve ser a nossa também.

Então fica aqui um desafio para nós: CAUSA RECEBIDA É CAUSA COMPARTILHADA! Qual será a nossa escolha diante desse desafio?