terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ser Gente

"Bem aventurado os mansos porque eles herdarão a terra. Mt 5.5"

Se olharmos para a historia vamos ver que os grandes conquistadores sempre chegaram guerrearam e usurparam a terra. Havia neles uma grande necessidade de provar que era fortes, e ainda hoje encontramos pessoas assim. Na grande maioria das vezes o que leva as pessoas a tentarem provar algo para as outras é a falta de identidade, de saber quem elas são de fato.

Falta neles a conquista de sua própria intimidade pessoal, a tranquilidade do seu próprio coração e a segurança gerada pela certeza de uma identidade sanada. E então saem por ai em busca de conquistar territórios geográficos, bens pessoais, fama, status e por ai vai, não param nunca.

Você já percebeu que os valentes, os poderosos e os famosos não podem andar a qualquer hora, em qualquer lugar. Não conseguem viver publicamente, pela ameaça de seus inimigos, mas também não podem desfrutar da privacidade, por conta da invasão de bajuladores.

Um grande amigo meu, chamado Carlos Queiroz, diz que: "Mais sábio do que aquele que conquista impérios e palácios é aquele que tem domínio de si mesmo, que sabe gerenciar e desfrutar bem todas as potencialidades humanas. Quem ama a vida e, como consequência herda espaço no coração de outros."

Mas onde entra a mansidão? Perdemos a mansidão quando instalamos em nossa vida o paradigma da vitoria a partir da derrota do outro. Pois os valentes vêem o mundo como uma arena, já os mansos vêem como um espaço abundante onde há lugar para todos.

Vamos olhar a figura de Jesus, ele podia chamar a si mesmo de "manso e humilde de coração", Ele sabia quem era. Era o reconhecimento de sua identidade que dava a Jesus a condição de ser manso. Ele fez milagres extraordinários, morreu de uma forma espetacular, mas se nada disso tivesse acontecido ele continua a ser Ele mesmo. Tudo que Ele fez não foi para promover-se para que os outros aprendessem Dele. Ele é o nosso modelo de mansidão e humildade.

Quem é manso, sabe que depende inteiramente de Deus, ao contrário dos valentes que acham que precisam agir na própria força para provar algo para as pessoas. O manso não, ele vive de tal forma a sua condição de ser que não sente necessidade de provar aos outros coisa alguma, nem de competir por aquilo que não são.

A ação de um discípulo de Cristo não depende em essência, da forma como os outros agem. Ele não se permite contaminar pelo mal que alguém pode lhe fazer mas quer preservar seu caráter e sua dignidade. Os mansos não precisam provar nem que são mansos.

E finalmente, a cruz foi para Jesus o ultimo sinal visível de sua mansidão. Assim também o discípulo também é desafiado a negar-se a si mesmo e tomar a sua cruz. Mas só nega a si mesmo quem é manso, e só quem sabe o valor de simplesmente ser é realmente manso.



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O batismo da sensibilidade


Bem aventurado os que choram porque serão consolados. Mateus 5.4

Os seres humanos foram dotados de sensibilidade. A frieza, indiferença, apatia entre outros sentimentos dessa natureza são manifestações daqueles que se permitiram ser atingidos pelo mal e tornaram-se infelizes e porque não dizer até desumanos. Humanos choram suas próprias dores, sentem na pele a dos outros, ficam indignados diante da injustiça. Os que choram são felizes por conseguirem preservar a sua natureza, sua vocação de ser gente. Podemos afirmar então que chorar é também uma condição espiritual, um modo de ser do discípulo de Jesus.

O choro ao qual Jesus se refere não é apenas o ato lacrimal, uma função biológica que todos possuímos ou uma descarga emocional. Essa sensibilidade a qual Ele se refere é uma virtude daqueles que se percebem bem pela felicidade de serem portadores da compaixão de Deus - choro que gera felicidade é a com-paixão pela vida.

Sem essa compaixão que geme e intercede, clamor que busca em Deus socorro para os fragilizados, o choro é apenas uma descarga emocional. Os discípulos choram e são felizes porque o choro vem como sinal da humanidade interior redimida. Eles reconhecem suas limitações, as confessam, se arrependem de seus pecados. E na confissão encontram a alegria de serem amados e acolhidos pelo perdão de Deus.

O discípulo não é feliz apenas pelo acolhimento do perdão mas também pela esperança de consolação proveniente de Deus.

E finalmente os que choram são felizes porque tem, pelo Espírito, a sensibilidade de se colocar no lugar do outro, especialmente dos fracos, aflitos e necessitados. São felizes pela capacidade de amar livremente.








terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pobres de Espírito - plenamente despojados






Na grande maioria das vezes pensamos que uma pessoa pobre de espírito é aquela que tem uma condição sócio econômica baixa, que não tem muito estudo e por isso não se encaixa em alguns padrões da sociedade.
Mas quando Jesus disse: "Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus" (Mt 5.3), Ele se referia á uma condição espiritual, como uma condição da alma dependente exclusivamente de Deus. Pobre de espírito é alguém que sabe que não nada de valor em si mesmo e tudo que é ou tem vem do Pai Celestial.
Hoje o mundo nos chama a sermos independentes, nem nossos filhos querem mais depender de nós. Cada vez mais a independência vem fazendo parte de nossas vidas, de nossas atitudes e de nossas escolhas, um exemplo disso é ver como é difícil para as pessoas pedirem ajuda de outros.
Pobre de espírito é uma virtude, e é a base para uma vida cristã saudável, por isso é a primeira das bem aventuranças. E nós como cristãos desejosos de seguir os passos de Jesus precisamos resgatar essa virtude em nossas vidas e ser um canal de Deus na vida de nossos discípulos essa virtude.
Fica aqui então o desafio de alguém que por muito tempo lutou para não ser pobre de espírito por não entender o que isso na verdade significava, mas que hoje deseja mais do que nunca ser alguém desprovida de tudo e que depende única e exclusivamente do meu Pai Celestial.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Totalidade de ser um discípulo


Hoje quero refletir sobre a totalidade de ser um discípulo de Jesus. E a primeira coisa que precisamos entender é que a morte de Jesus na cruz teve um significado muito mais amplo do que apenas nos garantir de que iremos morar no céu. A vitoria da cruz nos garante que somos livres do pecado, nos dá autoridade para vencermos o inimigo, nos deu uma identidade e tantos outros benefícios mas ela também nos deu uma responsabilidade. Toda a vida de Jesus foi permeada por uma "causa", todos os seus milagres, seus sermões e parábolas tinham o propósito de reconciliar o homem com Deus-Pai. E essa causa não acabou com a morte de Jesus, mas a sua ressurreição fez com que "Sua causa" fosse compartilhada conosco.

Então se essa "Causa" foi compartilhada conosco, isso significa que todos temos uma chamado para passar adiante essa mesma causa. Gostamos de orar, cantar e até mesmo compartilhar com nossos irmãos em Cristo que amamos o Senhor, que queremos seguir os passos Dele, o Amado de nossas almas. Mas como isso funciona na prática em nossa vida? Porque se ficarmos somente na teoria e não sermos praticantes da Palavra seremos apenas lata vazia fazendo barulho.

Por isso precisamos gravar em nossos corações em mentes que fomos resgatados do mundo, tirados do meio da multidão, livres de toda condenação, mas isso não aconteceu para que vivêssemos isolados em nossas "comunidades cristãs", mas sim para que voltássemos para a multidão afim de resgatar outras vidas do engano do pecado. Jesus vivia no meio das multidões, Ele só se afastava delas para renovar suas forças no Pai. Vidas eram a prioridade para Jesus e deve ser a nossa também.

Então fica aqui um desafio para nós: CAUSA RECEBIDA É CAUSA COMPARTILHADA! Qual será a nossa escolha diante desse desafio?

terça-feira, 31 de maio de 2011

Livre arbítrio

Hoje estava lendo sobre o livre arbítrio e comecei a pensar em minha vida e como eu faço uso esse livre arbítrio. Deus nos fez livres, criou o homem com a liberdade de escolha. Ele preferiu que fosse assim a ter um mundo de brinquedo que só funcionaria quando ele apertasse um botão. Sabemos por experiência própria que basta uma coisa ser voluntária para que metade das pessoas não faça. Parece que só funcionamos na base da obrigação, o que detestamos....mas sabemos bem que não há outra maneira de fazer as coisas acontecerem.
E foi assim desde o princípio, creio que Deus sabia exatamente que ao nos dar o liberdade de escolha poderiamos usá-la tanto para bem quanto para o mal. Não tenho a ilusão de que alguém que fosse livre não teria a oportunidade de escolher o mal. Se alguém ou alguma coisa é livre para ser boa, é livre também para ser má.

Ao olhar para minha vida, posso ver um exemplo claro disso. Eu amo o Senhor mais que qualquer coisa na vida, o desejo do meu coração é agradá-lo com tudo que há mim: minhas atitudes, escolhas, pensamentos. Deveria ser fácil pra mim escolher sempre o que é bom não é mesmo?

Mas não funciona assim, por mais que eu tente não consigo e acabo cometendo ou escolhendo o mal. Me comparo à uma criança que sabe que se desobedecer vai entristecer os pais, mas é mais forte que ela e a desobediência acontece. Por causa do Edén a raiz do pecado foi colocada dentro de nós, seres humanos e ao conviver com ela todos os dias, lidamos com o mal. E a única maneira de vencermos isso é nos entregarmos nas mãos de nosso Pai Celestial para que com sua graça e misericórdia Ele nos ajude a usarmos esse livre arbítrio de uma melhor forma, ou seja a favor de nosso relacionamento com Deus. E se por você escolher o mal lembre-se: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça(I Jo 1.9).

injustiça.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um mito sobre a conversão

Um mito rodeia a igreja de hoje e tem causado danos incalculáveis: uma vez santo plenamente santo. Em outras palavras: uma vez que eu aceite Jesus Cristo como Senhor e Salvador, acena pra mim um futuro sem retrocesso e livre de pecado. O discipulado será uma historia irrepreensível de sucesso; a vida será um espiral ininterrupta de ascensão rumo a santidade. Diga isso ao pobre Pedro, que depois de na praia declarar por três vezes seu amor por JESUS, e depois de também receber a plenitude do Espírito no Pentateuco, ainda tinha inveja do sucesso apostólico de Paulo.

Muitas pessoas perguntaram a Brennan Maning, um brilhante escritor, Pastor e teólogo: Brennan , como é possível você ter se tornado um alcoólatra, depois de ter sido salvo? Ao que ele responde: É possível porque fui espancado e ferido pela solidão e pelo fracasso, porque fui desalentado, inseguro, cheio de culpa e deixei de olhar para Jesus. Porque meu encontro com Jesus Cristo não me transfigurou num anjo. Porque a justificação pela graça por meio da fé significa que fui posto num relacionamento correto com Deus, não transformado no equivalente de um paciente sedado em cima de uma mesa de hospital.

Que assim como ele nós possamos ter esse entendimento de que se não buscarmos a santidade todos os dias, o pecado vai bater a nossa porta e nós vamos dar vazão a ele. Que venhamos a entender de uma vez por todas que a vida cristã é de glória em glória, se faz todos os dias, por isso que as misericórdias do Senhor se renovam todos os dias sobre a nossa vida.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Adoração Profética

O Espírito Santo está falando com a Igreja ainda em nossos dias. Apocalipse 2 e 3 nos ensina que o Espírito Santo tem algo a falar com a Igreja desde os dias da ascensão de Jesus. Ele foi enviado para conduzir a Igreja na Sua missão de agente de Deus para implantar o Seu Reino na terra. Este princípio está por trás das palavras de Jesus que finaliza cada carta que ele dirigiu às sete igrejas: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Também explica as palavras de Jesus em João 16:13 Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. De acordo com as palavras de Jesus, a Igreja deve ter um relacionamento vivo e dinâmico em que o Espírito Santo fala, a Igreja ouve e obedece a direção que o Espírito dá. Na verdade é o mesmo paradigma que Jesus vivia: dependência plena do Espírito Santo. Creio que Jesus viveu assim na terra para exemplificar este paradigma para a Igreja. Seria necessário seguir o mesmo para cumprir a vontade de Deus em estabelecer o Seu Reino na terra. O Espírito Santo é quem nos conduz em nosso papel como cooperadores com Deus para implantar o Seu reino aqui. Atos 3:21 ensina que Deus está conduzindo a “restauração de todas as coisas”. Eu creio que este termo: adoração profética é algo que o Espírito Santo está falando para a Igreja nos nossos dias e não é novidade, nem moda, e muito menos, esquisitice.

Uma maneira para discernir quando o Espírito Santo está falando com a Igreja hoje é de observar a Igreja dentre os povos e nações. Se o Espírito está falando com as igrejas observaremos que o que Ele fala surgirá simultaneamente nas igrejas de cidades e nações e assim haverá uma testificação objetiva de que é Ele que está falando. Um levantamento simples entre os povos indica que este termo começou a ser usado na Igreja simultaneamente em muitos lugares em nossos dias. Sei que o Espírito Santo, no Seu papel de “parakletos”, fala com a Igreja no propósito de conduzi-la na implantação do Reino de Deus na terra. Precisamos entender o que Ele quer dizer com o termo “adoração profética” para podermos experimentar o que Deus propõe ao introduzir esta idéia na linguagem da Igreja. Então o que podemos entender?

Adoração profética. Vamos entender o “profético” para poder entender o que o Espírito Santo está falando. Vamos definir o “profético” como aquilo que Deus faz e fala para se dirigir ao ser humano para expressar os Seus pensamentos, sentimentos, desejos, determinações, e propósitos para com os habitantes da terra. Neste sentido, o “profético” traz à terra o que está no céu. Isso é coerente com o propósito de Deus em estabelecer o Seu reino aqui na terra. Lembramos que Jesus orou: Venha Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu. Esta frase revela que é a vontade de Deus estabelecer o Seu reino na terra e Ele irá fazer isso. O reino/governo que Ele tem no céu será estabelecido na terra.

O profético traz à terra o que está no céu. O propósito de Deus no profético é de propor uma visão, gerar uma expectativa, e revelar o Seu coração. Em falar sobre “adoração profética”, eu creio que Deus está gerando na Igreja uma visão e uma expectativa de algo que Ele deseja ver na terra: que a adoração da terra entre em concordância com a adoração do céu. Que adoremos a Deus na terra como Ele é adorado no céu. Que sejamos arrebatados pelo Seu Amor, Sua Santidade, Sua Bondade como os quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos e todos os adoradores celestiais. Que sejamos apaixonados como uma noiva que anseia o dia do seu casamento com Seu Noivo. Que os nossos “cultos” se tornem em momentos de encontro íntimo entre o Pai e seus filhos, entre o Noivo e a sua noiva.

E qual seria a razão do Espírito Santo falar isso para a Igreja? Será que há algo que precisa ser corrigido, transformado, modificado? Eu diria que sim. Vamos entender, Jesus está chamando a Igreja ao arrependimento desde o momento que Ele ditou as cartas às Igrejas do Apocalipse. Neste sentido o João foi profeta de Deus para chamar a Igreja ao arrependimento nas áreas que Jesus estava denunciando. Se olharmos para os profetas nas Escrituras, veremos que eles também tinham levantado suas vozes no mesmo sentido.

Podemos observar em Isaias 1:10-16: Ouvi a palavra do SENHOR… De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos… nem me agrado de sangue de … Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. O profeta está denunciando que a adoração da nação não está agradando mais ao Senhor. O Senhor declara que embora estejam adorando normalmente, Ele nem está recebendo esta adoração.

O seu contemporâneo Amós (9:11) também denunciou a adoração de Israel: Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi… No momento em que Amós escrevia seu livro, o templo estava em pleno funcionamento. Com sua denúncia, Amós estava revelando o coração de Deus: Ele via a adoração do templo como “caído”.

“Adoração profética” não se trata de nenhuma “novidade” porque o que Deus propõe já existe no céu. Não se trata de “modismos”, pois adorar ao Senhor é a vocação sublime de todo ser e não moda. Torna-se “moda” por causa da nossa falta de discernimento do mover de Deus. Não se trata de “esquisitice” para aquele que sabe que adorar a Deus é algo que começou no céu e é sobrenatural.

Eu creio que o Espírito Santo está falando “adoração profética” como um chamado ao arrependimento. Creio que o Espírito de Deus está denunciando que a adoração da Igreja deixa a desejar como a adoração de Israel nos dias de Isaías e de Amós. Ele chama a Igreja para olhar para o padrão universal de adoração: a adoração dada a Deus no céu.

Mike Shea

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lance as sementes

Lance as sementes

No processo de despertamento enfrentamos lutas que, em um movimento contrário, tentam nos paralisar lembrando-nos que nossos sonhos são maiores do que nós, que nossas habilidades são extremamente limitadas e que o desejo de Servir ao Cordeiro talvez seja apenas algo passageiro. Lutas que nos levam a chorar.
O Salmo 126 nos fala sobre a relação entre a caminhada e o choro. Quem sai andando e chorando enquanto semeia voltará para casa com alegria trazendo seus feixes, o fruto do trabalho. Para cumprirmos o ministério que Jesus nos confiou é necessário andar e chorar. E é certo que muitos fazem ambas as coisas. Tantas idas e vindas, caminhos incertos, a impressão de que há sempre mais um passo a dar, alguém a ajudar, uma pessoa a evangelizar. E as lágrimas, que descem abundantes com a saudade que bate, a enfermidade que chega, o abraço que não chega, o fruto que não é visível, o coração que já amanhece apertado, o caminho que é longo demais.

Creio que temos andado e chorado. Mas voltaremos um dia, trazendo os frutos, apresentando ao Cordeiro e dando glória a Deus! Poderá ser amanhã, ou em algum momento ainda distante. Mas ainda não é hora de voltar. É hora de seguir, andando e chorando, com alegria no coração e sabendo que não trocaríamos esta viagem por nenhuma outra na vida. O grande consolo e motivação é que não andamos sós. Ele está conosco. E maior é Aquele que está em nós. Portanto não desistimos, olhando o horizonte que se aproxima e trazendo à memória o que pode nos dar esperança.
Guarde seu coração enquanto anda e chora. Não perca a alegria de viver e caminhar, nem a mansidão, nem a oração, ou o humor, ou o amor.

Não deixe de semear mesmo quando está difícil. Lance a semente em todas as terras. Uma semente há de germinar e talvez a mais improvável. A que menos promete. Não dê ouvidos àquele que diz que não vai acontecer porque a terra é árida, você é incapaz, o povo nunca muda, o problema é grande demais, o sol é forte e o vento está chegando. Lance a semente.
Lançamos as sementes que o Senhor nos deu e quase sempre há um preço alto a pagar, por isto choramos enquanto semeamos.

Tenho observado os semeadores. Uma enfermeira brasileira atendeu 221 pessoas em um só dia na África sob um calor de 42 graus durante 17 horas ininterruptas. Era uma epidemia que chegava e os próximos dias seriam mais difíceis. No Marrocos um missionário Britânico, para trabalhar com os moradores do lixo, passou também a viver no lixo, durante anos e anos. Um jovem Ganense viajou todo seu país alertando sobre a AIDS, de bicicleta e só, com um sorriso nos lábios. Era ele mesmo portador do HIV. Um pregador de rua, falando em uma praça em Manaus, incansável durante horas em uma segunda feira a tarde. Gritava e dizia: hoje é meu dia de folga, e estou aqui e não em casa porque vocês são importantes para Deus. As sementes são diferentes. Para lançá-las é preciso chorar pois freqüentemente há um preço a pagar. Um pagou com o suor, outro com a abnegação, ainda outro dedicou seu tempo e o último entregava seu único dia de folga. Pague o preço, lance a semente e sirva a Jesus.
Abrace o que também anda e chora que está ao seu lado. Ele talvez se sinta só e pense que é o único que chora enquanto caminha.

Andar e chorar é cumprir a missão. É também um grande privilégio. Um dia você voltará... mas talvez não seja hoje. Se você pensou em desistir da sua caminhada e o coração, abatido, não encontra mais prazer em semear, olhe para o alto e faça um compromisso com seu Deus: mesmo chorando, andarei um pouco mais! Sim, haverá o dia de voltar para a nossa casa, a casa do Pai... mas ainda não chegou. Na força do Senhor continue a caminhar... e chorar... e semear... e sorrir, porque estamos aqui, na lavoura do Pai. Não há lugar melhor.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Palavra Dra. Neuza Itioka sobre o Japão

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima (Lucas 21:25-28).

Ninguém gostaria de estar ali em Sendai, no Japão, para experimentar o pavor do mais violento terremoto, em 165 anos, com 8,9 graus na escala Richter, e ver o que aquele aterrorizante maremoto ou tsunami acabou de fazer: arrastou tudo - carros, como se fossem folhas secas; barcos de grande porte, como se fossem feitos de papel; não poupou casas e prédios solidamente construídos. Tudo se foi e fala-se em mais de 30 mil pessoas estão perdidas.

Mais de 215 mil pessoas já haviam sido retiradas das zonas atingidas pelo terremoto. A comunidade internacional não tardou a anunciar a vontade de apoiar imediatamente o povo japonês. A Austrália e os Estados Unidos já enviaram seus socorristas. Igualmente, a União Europeia iniciou mobilização de seus recursos de defesa civil.

Sim, é um povo que sempre soube se levantar das catástrofes, das cinzas da segunda Guerra Mundial, das cinzas da bomba atômica e sobreviveu ao terremoto violento de Kobe, sem ajuda de nenhum país. Mas, desta vez, aceitaram os braços estendidos das nações solidárias dispostas a ajudá-los.

Desde 2005, tenho ido ao Japão, todos os anos, para ministrar algumas igrejas e admiro aquele povo disciplinado, ordeiro que trabalha dia e noite, um povo poupador e administrador de tempo e dos seus recursos. É um país onde as leis são respeitadas e funcionam. O povo as respeita e as cumpre. Não existe "jeitinho".

No ano passado, ministrando em uma das igrejas em Omihachiman, uma cidade da província de Shiga, tive o privilégio de visitar o prefeito e deixar com ele um volume da nossa Bíblia, agradecendo por receber a presença dos brasileiros que ali residem e que gozam da liberdade de culto. Contudo, ao mesmo tempo, não nos esquecemos de lhe pedir perdão por alguns transtornos que "a nossa gente" causa, levando os nossos maus costumes como nação.

Mas, o Japão me faz sofrer. Dói dentro de mim e de muitos o fato de que essa nação, que reúne a alta tecnologia e a sua virtude de ser industrioso, com PIB extraordinário, tornando-se a terceira economia mundial, graças à disciplina quase maníaca por trabalho, que não dá descanso nem aos domingos, é uma nação cheia de "deuses estranhos". Eles mesmos dizem que vivem apavorados. Alguns diriam que é um país cheio de superstição. Outros diriam que é um país onde as divindades enganam, com muita elegância, os que não discernem a realidade espiritual. É um povo ainda cativo à Rainha dos Céus.

Trata-se também de um dos povos mais preparados para enfrentar catástrofes e sismos. No entanto, terremoto seguido de tsunami enorme, de 10 metros ou mais, pegou todos de surpresa. A nação está sendo chacoalhada!! Se no Brasil, com as chuvas de verão, estamos sendo abalados, o que podemos dizer do Japão? Temos de orar pela nação e pelos japoneses, por quem Deus enviou o seu filho unigênito.

É necessário que a Igreja no Brasil desperte do conformismo e mornidão. Deus havia nos prevenido, desde algum tempo, que o mundo inteiro seria visitado por fenômenos diferentes: vulcões, terremotos, tsunamis, furacões. Dr. Samuel Doctorian, em 1998, havia dito que Deus lhe enviou os anjos para lhe dizer que muitas partes do mundo (especialmente América do Norte: México, América Central: Caribe, Amazônia e cidades costeiras da América do Sul) ficariam debaixo das águas. Profetas no Brasil, em 2005, disseram que o Brasil está debaixo do juízo de Deus e seria visitado por muitas águas e muitos raios e trovões. Deus nada faz, sem primeiro falar aos seus profetas.

Ainda assim, na palavra profética de Samuel Doctorian, Deus estaria preparando um avivamento sem precedente que viria no meio desse caos de tantas chuvas e enchentes. A chuva continua a cair em várias partes do Brasil. Novamente Santa Catarina é atingida com enchentes; Paraná está sendo visitado por chuvas... Há um grande trecho no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul debaixo das águas que subiram mais de nove metros, deixando cidades e mais cidades submersas.

Quando você lê o profeta Isaias, que descreve o juízo que caiu sobre Judá e Israel, ele diz, no meio do caos: "Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas ações. Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram" (Isaías 3:10 e 11).

O tempo de distração se foi. Temos que estar em alerta constante e ao mesmo tempo aprender a descansar no meio da luta e de caos, pois Jesus é o nosso descanso.

A despeito desses fenômenos que estão acontecendo em tantos lugares, devemos continuar a crer que o Senhor está no controle de tudo. Ele reina, Ele é o Senhor. A nossa parte é continuar servindo ao Senhor, trabalhar todos os dias, até o final, pregar o Evangelho, ajudar essas vítimas das catástrofes e, ao mesmo tempo, buscar a nossa santificação constante, sem perder a intimidade com Deus.

Não resta dúvida, o tempo de Jesus vir buscar a sua noiva está próximo. Será que estamos preparados?



terça-feira, 15 de março de 2011

Perdão Senhor!


Perdão Senhor, pelas tantas vezes
Que deixei de te levantar mãos santas,
em favor do próximo e do irmão.
Perdão pela dureza do meu coração.
Perdão pelas vezes que não fui sensível
à doce e meiga voz, ao chamado irresistível
para orar, clamar, suplicar.
Perdão pela desobediência, pela maledicência,
pela indolência, vaidade e orgulho.
perdão pela falta de sensibilidade
Para tratar de assuntos da eternidade,
Que desabrocham no cotidiano
Mas pequenas frases, atitudes tolas,
Que não glorificam o teu glorioso nome.
Perdão, Senhor; a tristeza me consome,
Ao pensar que errei e te entristeci.
Perdão Senhor, porque eu não te ouvi,
Nem dei atenção aos conselhos teus,
E só quis fazer os caprichos meus,
Perdi tempo, prazer....falhei....
Mas o arrependimento encontrei,
Voltei. Para te pedir: Perdão!
Perdão, Senhor! Dá-me uma nova chance;
Que o meu coração alcance
Teu alvo para mim! Sou Tua até o fim.
E agora de todo o coração recebo o teu perdão.

(Pastora Angela Valadão)



quinta-feira, 10 de março de 2011

Há se eu fosse mais velho!

Não estou com pressa de envelhecer. Meu pai padece há anos de uma doença que o deixou senil e caquético. A velhice intimida. Sei que na terceira idade não só perderei a impetuosidade típica dos jovens, como me tornarei mais vulnerável às doenças degenerativas. Mesmo assim espero pelos meus dias de ancião, porque só os velhos podem dizer coisas proibidas aos jovens. Estou ansioso para que chegue o tempo de poder dizê-las.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu diria aos mais jovens que desistam do sonho de galgar a fama em nome de Deus. diria que já presenciei o desespero de alguns que, tendo almejado se destacar como referenciais de sua geração, vieram a descer do trem fatigados e destruídos pelo ônus da fama. Descreveria os bastidores de algumas “grandes” agências evangelísticas e de outras para-eclesiásticas, e como me enojei com a petulância de alguns evangelistas famosos. Falaria de minhas lágrimas, quando um deles afirmou que passaria por cima de qualquer pessoa desde que conseguisse estabelecer o que chamou de “reino de Deus”. Incentivaria os jovens a buscarem uma vida discreta, sem o glamour do mundo, a preferirem a senda do Calvário. Pediria que optassem por beber o cálice do Senhor em vez de desejarem os loiros da glória humana.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu alertaria aos mais jovens que ambicionam subir os degraus denominacionais sobre o perigo de chegar ao topo sem alma. Narraria os conchavos da política eclesiástica como ridículos e fúteis. Candidamente, contaria casos de traição, logro e delação nas reuniões secretas de algumas cúpulas religiosas. Pediria que fugissem da ganância pela autoridade institucional. Ensinaria a desejarem autoridade espiritual, que não vem de negociatas, mas de uma vida piedosa e íntima com Deus.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Diria aos mais jovens que não se iludissem com o academicismo. Eu lhes revelaria como alguns acadêmicos usam da erudição para se esconderem de Deus. Não teria medo de mostrar que muita bibliografia citada em rodapé de página vem de uma vaidade boba. Algumas pessoas buscam se mostrar mais cultas do que na verdade são. Diria que certos eruditos são pessoas insuportáveis no contato pessoal e que eles também padecem dos mesmos males que todos nós: intolerância, indiferença e muita, muita soberba. Contudo, eu lhes pediria que fossem amigos dos livros. Pediria que lessem muito e diversificadamente; que usassem o conselho de Tiago na busca da sabedoria: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. A sabedoria, porém, lá do alto, é primeiramente pura; depois pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento”. (Tg 3.13, 17.)

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu diria aos mais jovens que tomassem muito cuidado para não gastarem todas as suas energias nos primeiros anos de ministério. Exortaria, ilustrando o serviço a Deus como uma maratona e dizendo que não adianta se apressar nos primeiros anos. Contaria os exemplos de tantos que se arrebentaram antes da linha de chegada. Quantos pastores destruíram suas famílias e seus filhos no afã de serem úteis e produtivos! Quando chegaram os anos da meia idade, já estavam estressados e cansados! Falaria daquele dia em que o meu semblante descaiu ao ouvir um pastor dizer que só não saía do ministério porque, já muito velho, não sabia como retornar ao mercado de trabalho. Pediria que não perdessem a oportunidade de passear com os filhos no parque, de lerem outros livros que não sejam de ministério, de curtirem a sua mulher e de praticarem algum esporte. Eu pregaria um sermão baseado em Mateus 16.26 e explicaria que, para Jesus, perder a alma tem um sentido mais amplo do que simplesmente morrer e ir para o inferno. Basearia minha mensagem na afirmação de que um pastor ou evangelista pode ganhar o mundo inteiro e acabar perdendo os afetos do cônjuge, os sentimentos dos filhos e dos amigos, a auto-estima, o sorriso, a capacidade de amar a poesia e de cantar canções de ninar.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu diria aos mais jovens que não desejassem o espalhafato espiritual nem as demonstrações exuberantes do poder carismático. Revelaria que alguns desses evangelistas americanos que muitos acreditam superungidos passam a tarde na piscina do hotel em que se hospedam, antes de encenarem a sua superespiritualidade em megaeventos. Não temeria denunciar alguns que se trancam em seus aposentos para assistirem a filmes na televisão e logo depois sobem às plataformas com o ar de santos da hora. Não hesitaria em alardear que muito daquilo que se rotula como demonstração de poder espiritual nasce de uma mentalidade que busca levar as pessoas a uma falsa euforia religiosa.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu diria aos mais jovens que a sexualidade é terreno minado e cheio de armadilhas. Contaria exemplos de ministérios que ruíram pela sensualidade. Alertaria que o grande perigo do sexo não vem da beleza, mas da solidão e do poder. Muitos pastores naufragaram em adultério porque se sentiram sós. Não tinham amigos verdadeiros. Viviam rodeados de assessores, sem um amigo com quem pudessem abrir o coração e pedir ajuda. Eu incentivaria os mais jovens a desenvolverem amizades, preferivelmente fora de seus quintais denominacionais. Suplicaria que fizessem amigos com coragem de falar coisas duras, olhando nos olhos. Lembraria que são fiéis as feridas feitas por aquele que ama.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu diria aos mais jovens que tomassem cuidado com os modismos teológicos, ventos de doutrina e novidades eclesiásticas. Falaria das inúmeras ondas que varreram as igrejas com pretensas visitações de Deus. Vermelho de vergonha lembraria aquele culto em que se alardeou que Deus estava trocando as obturações por ouro. As pessoas se sujeitavam ao ridículo de investigarem a boca umas das outras e depois, ao confundirem as restaurações amareladas de material de baixa qualidade com ouro, saíam proclamando um milagre de Deus. Relataria a pobreza doutrinária daqueles que jogaram os evangélicos na paranóia da guerra espiritual e ensinaram às mulheres a vigiarem mais durante a menstruação por haver demônios que se alimentam daquele tipo de sangue. Imploraria que se mantivessem fiéis ao leito principal do evangelho, à doutrina dos apóstolos; que não deixassem de pregar a Cruz do Calvário.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Eu diria aos jovens que não procurassem imitar ninguém. Lamentaria a tentativa patética de alguns líderes de quererem ser clones de pastores e evangelistas de renome. Mostraria vários exemplos ridículos de igrejas que tentaram reproduzir no sofrido Brasil o modelo de igrejas abastadas dos subúrbios americanos. Admoestaria que soubessem aceitar-se. Pediria que não ficassem procurando repetir gestos, neologismos, tom de voz e maneirismos dos outros, pois acabarão sem identidade. Eu mostraria na Bíblia que Deus não nos cobrará por não havermos ensinado com a destreza de Paulo, ou nos portado com a ousadia de Pedro, ou escrito com o mesmo amor de João. Teremos de prestar contas ao Senhor apenas por não termos vivido nossa própria identidade.

SE EU FOSSE MAIS VELHO... Diria aos jovens que a obra que Deus tem para fazer em nós é muito maior que aquela que Ele tem para fazer por meio de nós. Diria que somos preciosos como filhos e não como servos. Melancolicamente, falaria que na velhice muitos sentem saudade dos tempos que poderiam ter sido íntimos de Deus, mas acabaram chafurdados nos pântanos de sua própria vaidade. Diria que na velhice muitos choram por saberem que o tempo da partida está próximo e que não escolheram a melhor parte, como fez Maria.

Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança...ou como diz na versão corrigida: Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança. Pv 11.14

quarta-feira, 2 de março de 2011


Há alguns dias atrás li um frase de John Bevere que mexeu muito comigo, ela dizia assim: "Os enganados se confortam com um conhecimento de Deus que eles simplesmente não possuem." Isso ficou martelando dentro de mim e ao estudar mais profundamente sobre isso pude ver que o fato de saber quem é Deus, de até mesmo reconhecer que Ele é importante na minha vida não quer dizer que eu tenha intimidade com Ele.

Por exemplo o Presidente da República, ele é importante na minha vida, as decisões que ele toma lá no Palácio do Planalto afetam minha vida aqui, mas eu não sou íntima do presidente, eu sei quem ele é, mas não o conheço de fato. Assim pode acontecer com Deus também. Se eu não desenvolver meu relacionamento com Ele através da oração, momentos devocionais Eu vou saber quem Ele é, mas não vou conhece-lo de fato.

O povo de Israel nos dá um exemplo claro do quanto isso acontece e pode ser perigoso. Quando peregrinavam no deserto em um determinado momento eles e Arão fizeram um bezerro de ouro e começaram a cultuar ao mesmo dizendo que este era o Deus que os tinha tirado do Egito. Eles continuavam acreditando no mesmo Deus, não era Baal ou algum outro ídolo, era Deus mas eles acabaram reduzindo a glória de Deus ao nível da imagem de um bezerro de ouro. Eles reconheciam Deus mas não o conheciam e isso gerou desobediência no coração deles.

Percebe o quanto isso é perigoso para nós.....pois quando não conheço Deus de fato posso acreditar que estou obedecendo quando na verdade não estou pois me falta o temor do Senhor. Então quero lhe deixar uma pergunta. Você reconhece Deus ou você conhece Deus?
Deus o abençoe

(Texto de apoio "o que atrapalha a verdadeira intimidade de John Bevere)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amor e Perdão

Hoje fiz meu devocional no livro de Lucas e a passagem do capítulo 6 dos versos 27-36 me chamaram bastante a atenção, aliás é a segunda vez essa semana que Deus ministra algo em meu coração relacionado a amor e perdão.

Nessa passagem Jesus nos mostra claramente como deve ser o nosso proceder ou a nossa atitude, ali Ele nos mostra que amar, perdoar, emprestar, fazer o bem para com aqueles que nos amam até aqueles que ainda não tiveram um encontro com Deus o fazem e muitas vezes melhor do que nós, os chamados cristãos fazemos.

A diferença e o desafio está em praticar tudo isso com aqueles que não são tão próximos a nós no sentido de afinidade, aqueles que não são da nossa "turma", ou que um dia foram mas por algum motivo tipo nos magoaram, nos feriram, traíram a nossa confiança e por ai vai, hoje não são mais dignos de estar conosco, se tornaram "personas non gratas".

É difícil, eu sei, mas se você prestar atenção nessa passagem, vai ver que Jesus deixou uma dica preciosa para nós: "Como vocês querem que lhe façam, façam também a eles.". Essa semana li uma frase que em impactou muito: "Se Deus nos perdoasse conforme nós perdoamos o nosso próximo, como estaria a nossa vida, onde estaríamos nós?"

Então vamos refletir nisso e ver que se seguirmos a dica que Jesus nos deixou ai sim vamos estar vivendo como verdadeiros discípulos de Jesus e praticando o evangelho de forma integral.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Compaixão, eu tenho?

Marcos 6: 32-34

Jesus e os discípulos estavam muito cansados e com fome, tudo que Jesus mais queria era poder ficar quieto um pouco, matar a sua fome, tirar um cochilo sem ter ninguém esperando por nada Dele. Ele e os discípulos tentaram fugir para um lugar deserto, mas a multidão descobriu para onde eles iam e acabou chegando lá antes deles. Eu imagino a cena de Jesus descendo do barco, com certeza não vendo a hora de descansar um pouco e então ele vê uma grande multidão. O que eu e você sentiríamos no lugar de Jesus? Talvez um misto de raiva com indignação? Mas Jesus não, Ele teve compaixão pelo que viu, porque conseguiu enxergar além, Ele viu a alma daquelas pessoas e o quanto estavam perdidas. Ali havia uma necessidade que precisava ser suprida, e o final da historia é que o descanso ficou pra depois, as pessoas vinham em primeiro lugar.

Mas e nós? Quando foi a última vez que sentimos compaixão por alguém¿ E não estou falando daquela compaixão que é mais movida por um emocionalismo do que amor ao próximo mesmo. Sabe, aquela que nos faz ajudar o povo da região serrana do Rio. Eu estou falando de uma outra compaixão. Por exemplo, ontem eu vi uma cena que ficou martelando na minha cabeça a noite inteira. Ao ir pra Rema passei em frente de um “boteco”, e haviam algumas pessoas no recinto e muitas passando na rua. Bem próximo á uma mesa vi um senhor sentado embaixo de uma mesa plástica, provavelmente embriagado, e o que mais mexeu comigo foi que ninguém se importava. Parecia que era algo “normal” de se ver, era só mais um bêbado na calçada.

E o que Jesus faria em nosso lugar? Essas coisas nunca deveriam ser “normais” para nós. Cenas como essa e outras que nos acostumamos a ver no nosso dia á dia deveria gerar em nós uma compaixão tal que só sossegaríamos quando a necessidade que vimos fosse suprida. Uma visão deve gerar em nós uma compaixão que se torna em uma ação. Essa é a atitude de um verdadeiro discípulo de Jesus. Que o Pai celestial tenha misericórdia de nós e nos ajude a resgatar esses valores dentro de nós. Deus te abençoe!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quatro aspectos do nosso relacionamento com Deus - parte 4

Chegamos ao último aspecto de nosso relacionamento com Deus que é a fé encarnada e ninguém melhor para ilustrar isso que Maria, mãe de Jesus. Ela nos mostra que dizer "sim" ao Senhor significa entregar até nosso útero. Assim poderemos ser fertilizados e gerar as boas obras que Deus te antemão preparou (Efésios 2:10).

Quando Maria se encontrou com o anjo e ouviu tudo que ouviu, ela sentiu medo com certeza. Ela pensou em tudo que envolvia aquela noticia como seu relacionamento com José, sua familia e tudo o mais. Lucas registra apenas uma frase de Maria: Como acontecerá isso se sou virgem?"

Numa espiritualidade sadia, as perguntas e questionamentos surgem de forma quase natural, como resultado da limitação humana de penetrar nos desígnios divinos, e Deus não se ofende nem se escandaliza com as perguntas, e as esclarece e nos lembra de quem Ele é e do que é capaz.

O problema está em como vamos responder ao que Jesus nos fala. Maria respondeu: "Sou serva do Senhor, que aconteça comigo conforme a Tua palavra." Mas e nós será que conseguiríamos dar a mesma resposta. A conclusão a qual cheguei foi a seguinte: só é capaz de dar a mesma resposta quem caminha ou caminhou dentro das outras etapas. Atendeu ao chamado, entendeu que tem uma missão, passa pelo deserto a fim de ser trabalhado por Deus e curado de suas feridas, ai sim está pronto para dizer SIM. Pois sabe que tem uma identidade em Deus e quando sabemos quem somos fica mais fácil de descobrir para onde se vai e o sim é só mais um detalhe dentro do meu relacionamento com Deus.

Por isso não esqueça uma espiritualidade sadia resgata em nós uma identidade perdida e em nossa caminhada com Deus constantemente vamos passar pelas quatro etapas. Deus te abençoe!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quatro aspectos do nosso relacionamento com Deus - parte 3



















Hoje quero compartilhar com vocês sobre essa etapa de nosso relacionamento com Deus denominada deserto, e vejo que não tem ninguém melhor para nos ajudar do que Jó, penso que se ele estivesse ainda entre nós seria a maior autoridade no assunto, pois se teve uma pessoa que viveu o deserto na sua totalidade foi esse homem.

Jó foi conduzido ao deserto por uma permissão de Deus, e não tinha nenhuma condição favorável em que se apoiar, todas as coisas conspiravam contra ele e seu relacionamento com Deus, nem seus amigos o entendiam. Ele tinha pessoas ao seu redor mas ainda assim estava sozinho.

Isso me leva a aprender que na solitude do deserto é preciso lidar com o sentimento de abandono, mas é assim que vamos encontrar Deus no silêncio. O silêncio vai revelar a minha realidade interior. Foi no deserto que Jó descobriu que conhecia Deus de ouvir falar e não de experimentar.

E então quando nossa realidade interior é revelada temos uma escolha a fazer, a de se entregar incondicionalmente. Jó se entregou incondicionalmente e pôde experimentar Deus, Ele se fez conhecido a Jó de uma forma especial. E Jó então saiu do deserto mais fortalecido em todos os aspectos mas principalmente em sua identidade.

Eu posso dizer que já experimentei alguns desertos em minha vida, e lá tive vontade de desistir de tudo mas foi nesses momentos onde pude ver que embora eu quisesse desistir Deus não desistia de mim e me sustentou. Sai deles com meu relacionamento com Deus mais intenso, minha identidade mais firmada mas principalmente com meu caráter mais forjado em DEUS.

Eu não sei qual o momento que você está passando na sua vida, mas se estiver no deserto se entregue incondicionalmente e deixe DEUS cuidar de você. Se você está lá há um propósito e no tempo certo o Pai vai compartilha-lo com você e tira-lo do deserto mais foralecido. Deus os abençoe!


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quatro aspectos do nosso relacionamento com Deus - parte 2


Olá, hoje quero compartilhar com vocês sobre o segundo aspecto de nossa caminhada com Deus, que é a missão, e para isso podemos tomar como exemplo de alguém que recebeu uma missão a figura de Moisés.

Moisés tinha sido separado por Deus para ser aquele que libertaria o povo hebreu da escravidão no Egito, ele tinha um chamado, um propósito para sua vida e Deus foi lhe preparando para esse chamado em todos os momentos que ele foi vivendo, cada detalhe da vida de Moisés, a criação no palácio, a morte do soldado egípcio, a vida de pastor no deserto foi lhe treinando para sua missão e no momento oportuno, no tempo de Deus a missão foi compartilhada com ele.

Quero observar aqui que em nenhum da conversa de Deus com Moisés (leia Exôdo 3 e 4), Deus falou para Moisés mudar algo em seu modo de ser ou alguma característica sua, tudo que Ele queria é que Moisés aceitasse a missão, que Ele o próprio Deus o capacitaria e conduziria dentro da missão.

Agora quero trazer isso para nós hoje, não pense que era um privilégio apenas de Moisés, é claro hoje não tem mais um povo hebreu escravo no Egito, mas assim como Deus tem um chamado para cada um de nós, esse chamado nos conduz á uma missão. Deus te fez de um modo único, com personalidade e características pessoais e com um propósito e te vocaciona para servi-lo. Tudo que você é tem muito valor para o Reino e foi colocado em você para servir. Pense nisso e se você ainda não descobriu sua missão peça ao Papai que Ele vai te revelar.



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quatro aspectos do nosso relacionamento com Deus - parte 1

Olá, nesses próximos dias quero compartilhar com vocês sobre quatro aspectos de nosso relacionamento com Deus. A fonte desse texto e dos próximos três é um livro que estou lendo chamado "O melhor da espiritualidade brasileira".
Então vamos lá, segundo um psiquiatra argentino, chamado Carlos Hernadez existem quatro estágios em nossa caminhada com Deus. O primeiro deles é denominado de Chamado.

Para exemplificar melhor esse estágio podemos usar a pessoa de Abraão. Lá em Gênesis 12:1-3 nós podemos ver o chamado que Deus fez a Abraão, e uma coisa interessante de se notar é que toda fala de Deus com ele é pessoal. A palavra você é usada várias vezes: "farei de você um grande povo...", "...você será uma benção....", "....por meio de você todos os povos.....". Podemos ver com esse exemplo que o nosso Deus é um Deus pessoal, e tem um chamado pessoal para cada um de nós.

E olha só, esse chamado pessoal não tem nada á ver com chamado missionário, precisamos desmistificar isso. O Salmo 139 nos diz que Deus determinou e escreveu cada um de nossos dias quando ainda éramos um embrião na barriga de nossa mamãe. Isso quer dizer que Ele tem um propósito e um chamado para cada um de nós. E é pessoal e intransferível, o que Ele tem pra você é para você e mais ninguém.

Passei muito tempo da minha vida sem entender, eu orava e dizia "Deus o que o Senhor deseja de mim", e veja bem isso eu já estava trabalhando no seminário que estudei, obedecendo um chamado missionário. E em um dos cultos, onde eu me achava completamente em crise com minha identidade, eu estava escondida em um cantinho do auditório, com a cara no chão quando Deus levou um dos ministros de louvor para ir lá e compartilhar o que havia no coração do Pai ao meu respeito, (Obrigado Orestys por ser sensível a voz de Deus naquele dia), e o que posso dizer é que até hoje eu lembro de cada palavra que Ele me falou e isso tem me sustentado Nele.

Para finalizar quero dizer á você que tens sim um chamado específico para sua vida, busque e renda-se ao abraço do Pai através do sacrifício de Cristo e da revelação do Espírito. Ele vai falar com você. Até a próxima e que Deus abençoe o seu dia!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Com os olhos no Senhor


Salmos 123

Onde estão postos os teus olhos?
Na seara do trigo, que branqueja com seus molhos?
Na mesa da comunhão, atento ao partir do pão?
Na palavra da verdade, que traz luz à realidade?
Ou na força do inimigo, que trava luta contigo?
Na tristezas, decepções, que magoam corações?
Nas circunstâncias da vida, que atropelam tua lida?
Na dor, na enfermidade, na violência da cidade?
Onde estão postos os teus olhos?
É para onde olhamos que vamos.
Para o alvo que miramos é que nossas setas lançamos.
Se olhamos para os lados, no caminho tropeçamos;
Se tropeçamos, caímos.
Se caímos, nos levantamos.
É promessa do Senhor!
Sempre que para Ele olhamos:
Seu conforto recebemos,
Seu olhar é nosso alento;
Não nos deixa um só momento.
Sem mostrar misericórdia, bondade, fidelidade,
Compaixão, amor, perdão. Onde estão postos os nossos olhos?
(Pra. Ângela Valadão Cintra)

Nossa tendência, desde o jardim do Edém é colocar nossos olhos e nos deixar influenciar por pessoas e circunstâncias. Quantas vezes Deus falou contigo, colocou algo em teu coração e alguém ou alguma circunstância te levou a não acreditar que era Deus quem estava falando?
Coloque seus olhos em Teu Pai Celestial, creia que Ele tem promessas para tua vida, e quando as coisas ficarem difíceis permaneça com teus olhos Nele, pois é quem vai te sustentar para passar pelo deserto.

Creia, vale a pena estar sempre com os olhos postos em Deus, e em suas promessas, principalmente quando temos limitações



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quem sou eu !!!!

Olá meu nome é Carmen Cristina, eu poderia colocar aqui muitas qualidades e defeitos para descrever quem sou....mas prefiro escrever que fui alguém que muito tempo andou perdida pela vida e sendo refém dos planos do diabo para destruir a minha vida. Mas um dia, nem tão bonito e ensolarado Deus marcou um encontro comigo, ali se iniciou um processo de cura e restauração da minha identidade. Feridas da alma foram curadas, valores foram restaurados e principalmente as mentiras de satanás foram desmascaradas.
Hoje, posso dizer que sei quem Eu sou em Deus, tenho uma identidade firmada Nele e um propósito para o qual eu vivo, mas o mais importante de tudo foi descobrir que tenho um Pai Celestial que nunca me perde de vista, que cuida de mim em todos os momentos, e que tudo que diz respeito a minha pessoa é muito importante para Ele.
Não sei como está sua vida hoje, mas se por acaso você ainda se encontra perdida, as pessoas que a cercam e as circunstâncias tem interferido em sua identidade. Pare e peça que Deus se revele á você como um Pai Celestial. Assim como aconteceu comigo vai acontecer com você. Você tem valor pra Ele, esse valor foi pago lá na cruz. Deus abençoe o seu dia!